sexta-feira, 27 de junho de 2014

Personagens do Oriente Médio: Moaffak Makhoul e o maior mural de material reciclável do mundo

O artista plástico sírio, Moaffak Makhoul e sua equipe construíram o maior mural com materiais recicláveis do mundo em Damasco, em homenagem às vítimas do terceiro aniversário do conflito no país. O objetivo de Makhoul era inspirar, dar esperança e criatividade para seu país devastado pela guerra. 


O maior mural de material reciclado tem 720 metros quadrados e foi feito com objetos recolhidos no bairro de Al Mazzeh em Damasco. Al Mazzeh é um bairro de classe alta e a parede que Makhoul edificou fica ao lado de uma auto-estrada que leva ao centro da capital. Entre os materiais usados estão: sucata de carros, rodas de bicicletas, utensílios de cozinha, tubos, latas de refrigerantes, espelhos e pedaços de cerâmica.

"Começamos o trabalho em outubro de 2013, porque eu senti a necessidade de dar alguma coisa para o meu país, fazer algo para o povo sírio ser conhecido por seu amor, por sua beleza, pela vida e a natureza que temos. Muitas pessoas vieram de zonas de guerra para nos dar as suas chaves de casa ou outros objetos pessoais para colocarmos no mural." disse Makhoul 


O resultado é um mural vibrante que trouxe as pessoas para a rua. "Todos os tipos de pessoas passam para vê-lo. O mural reuniu os sírios", disse a dona do espaço onde fica o muro. Souheil Amayri, um professor que ajudou na construção, disse que o objetivo era ajudar a reviver a esperança na Síria, onde a guerra já matou cerca de 146 mil pessoas e obrigou milhões de pessoas a fugir. "O mural nos dá esperança de novo. Damasco está ferida e triste...E criar algo belo do lixo significa que podemos reconstruir apesar da destruição".

O trabalho de Makhoul é singelo e de um simbolismo ímpar.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Mar Morto

Um dos lugares mais impressionantes que já visitei até agora foi o Mar Morto. O Mar que na verdade é um Lago ( o que me faz lembrar o debate do que seria o Guaíba em Porto Alegre) é impressionante. A estrada que leva ao Mar Morto, a rodovia 65, é linda. É quase que impossível não prestar atenção ao redor, cheio de montanhas e paisagens que mais parecem lunares. De repente ao lado direito, para quem segue para Aqaba, surge em um penhasco um mar azul brilhante. Por mais que suas águas estejam secando, ele parece gigante diante de nós. São águas hipnotizantes.


Ao chegar perto, sente-se um cheiro diferente, não é aquele cheiro típico de mar, é algo inexplicável, talvez seja pelos altos índices de cálcio, magnésio e potássio. Ao se tocar a água, ela é norma e de tão cristalina, dá para ver as pegadas deixadas como se fossem petrificar no fundo lamacento. 

O Mar atualmente está com uma extensão de mais ou menos 60 km. E a rodovia 65 segue seu percurso até o final do Mar. Em várias partes dá pra se notar umas espécies de piscinas ou grandes buracos (chamados de Bolaines) que são de água doce! Sim. Como o mundo está sabendo, as águas do Rio Jordão estão secando e é ele que abastece o Mar Morto. Com isso, o Mar, a cada dia, recebe menos água, o que forma estes buracos. Dizem especialistas que são águas de um rio subterrâneo descoberto pelos judeus há alguns anos atrás.


O mais incrível do Mar Morto são as histórias que ao longo dos milênios ocorreram por estas bandas, principalmente as histórias de cunho religioso como a separação dos filhos de Abraão, Ismael e Isaque, iniciando a criação das duas grandes nações (árabes e judeus) ou aquele episódio em que Jesus foi tentado pelo Diabo durante quarenta dias e quarenta noites. Mas nenhuma ganha tanto destaque como a de Sodoma e Gomorra que estavam localizadas aqui e acredita-se que estão submersas pelas águas do Mar e a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Personagens do Oriente Médio

Esta refugiada palestina está no livro dos Recordes como a mais jovem a se formar em medicina no mundo. Seu nome é Iqbal Al-Assaad e aos 20 anos de idade se tornou médica. Iqbal aos 12 anos se formou no Ensino Médio. E logo após, entrou na Universidade e se especializou em pediatria.


"Meu sonho é voltar para fazer algo pelos palestinos nos campos de refugiados." (Iqbal Al-Assaad). 

Personagens do Oriente Médio

Mohammad Assaf é o vencedor do Arab Idol 2013 (versão árabe do American Idol) e virou um símbolo da causa Palestina pelo mundo. O jovem de 23 anos que cantava em festas de casamentos em Khan Younis, um campo de refugiados em Gaza, conquistou milhões de fãs no Oriente Médio pela sua bela voz. 

Este ano, o cantor foi barrado de cantar na Abertura da Copa no Brasil, pois Israel acha que o artista incita o povo palestino a odiar os judeus. Israel e FIFA voltaram atrás e o cantor palestino se apresentou na festa que ocorreu em São Paulo do Congresso da FIFA.


“Eu já nasci sofrendo. Tudo de mais belo e básico que tínhamos foi destruído. Agora que tive a chance de cantar para as pessoas e ganhei, é meu dever falar sobre essas coisas. Quero contar ao mundo de toda a dor pela qual passamos”.

Assaf conseguiu ano passado, logo após estourar no mundo árabe, permissão para morar na Cisjordânia, área controlada pelos israelenses.

Confiram a apresentação do Mohammad Assaf no programa Arab Idol:



terça-feira, 10 de junho de 2014

A visita do Papa ao Oriente Médio

Esta semana Papa Francisco, Shimon Peres e Mahmoud Abbas se encontraram na residência papal no Vaticano para falar de paz e plantar algumas árvores.

Há algumas semanas, o Papa Francisco fez sua primeira visita ao Oriente Médio (com muito alarde, pois não quis andar com o Papa móvel blindado e todas aquelas regalias que costumam a fazer ao Líder máximo da Igreja Católica). Na Jordânia, sua visita foi norma, Amã continuou quase a mesma, a não ser aos arredores da Cidade Esportiva que se encontrava um pouco mais movimentada que o normal (ao todo são 8% da população jordaniana cristã) e pelos canais de TV que passaram ao vivo a visita do ínicio até o fim. A Associação cristã da Jordânia espalhou em conjunto com o Governo inúmeros pôsteres do Rei Abdullah II com o Papa Francisco com os dizeres de que a Jordânia dava as boas-vindas ao Líder Católico. E assim o fez.


Já em Israel e na Palestina, Francisco fez o que todos fizeram: pediu paz. E solicitou um encontro entre os representantes de Israel e Palestina (o que ocorreu no último dia 8 de junho).

Porém, pedir paz para a região do Oriente Médio é algo muito mais complexo que não está somente nas mãos de Israel e Palestina ou dos países da região. A complexidade dos conflitos e interesses que ocorrem aqui está num âmbito global, muito além do religioso ou étnico como gostam de nos descer guela abaixo.


Todos pedem paz para o Oriente Médio, mas enquanto a paz não vem, continuam massacrando, dizimando e roubando a riqueza, a cultura e o povo. E a culpa? São das armas nucleares, dos extremistas religiosos e das ditaduras que não dão ao povo o welfare state do ocidente. E isso fica claro com o que ocorreu no Iraque onde 85% de Bagdá foi destruída. Milhares de anos da história da Humanidade viraram pó por meio de soldados americanos e seus amigos que apertavam um botão e lançavam mísseis em bibliotecas, museus, hospitais, escolas, casas...A história do que era e o que hoje é o Iraque é algo que está manchado na História do mundo contemporâneo. Mas isso é história para um próximo post.

Nestas terras que já passaram grandes homens como: Nabucodonosor, Xerxes, Ramsés, Hamurabi, Dario, Salomão e outros tantos grandes líderes, hoje precisa de um verdadeiro líder que una, primeiramente, o povo árabe. Para depois conversar sobre paz com o restante do mundo.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Copa do mundo 2014 e o que o Oriente Médio fala dela

A uma semana do início da Copa do Mundo 2014 no Brasil, escrevo hoje sobre o que está rolando sobre o evento aqui no Oriente Médio.

Neste momento está passando em um canal do Barein as quartas de finais da Copa de 1998 cujo Brasil ganhou da Dinamarca por 3x2. Há vários canais exclusivos de esporte que passam memoravéis jogos da seleção. Por aqui, tudo é Copa. Tudo é Brasil, é verde e amarelo. Estamos nos noticiários, nos comerciais de tv, nas propagandas das lojas nos jornais. A al Jazzera está passando uma série de matérias sobre o país. Há uns dias assisti um documentário sobre o Brasil contemporâneo bastante interessante - mostrando a evolução do país desde o fim da ditadura e seus desafios para o futuro.

Nos noticiários, além dos atrasos, gastos alarmantes nas obras, pressões da FIFA, preparação das seleções, muito se fala dos protestos que se alastram há meses. Porém, Brasil é Rio de Janeiro. Os protestos parecem que ocorrem somente na cidade. Os comerciais mostram a cidade maravilhosa como sendo a única sede da Copa: pontos turísticos como Cristo Redentor e Copacabana exibem a exuberência brasileira por meio da natureza e de um povo fanático por futebol. Definitivamente Brasil é sinônimo de Rio de Janeiro. Somos isso: Rio, futebol e Carnaval. É o velho esteriótipo da nossa gente.


Há uma canal de tv chamado MBC3 que passa um programa muito legal sobre as curiosidades de todos os mundiais, sendo as histórias contadas por duas bolas (uma nova e outra antiga). Já em outro canal, são exibidas as preparações das seleções e seus melhores jogadores. Até o Nat Geo Abu Dhabi está na onda do mundial mostrando dois reporteres percorrendo vários países até chegar no Rio de Janeiro, entrevistando ex jogadores, conhecendo estádios que já sediaram a Copa do Mundo, como Centenário no Uruguai, e conhecendo seus povos e culturas. 

Nas ruas e nos jornais a seleção, ou melhor, Neymar, na maioria das vezes, está estampado como representante maior do nosso país. São outdoors dos patrocinadores do mundial ou anúncios de venda de televisão estampados nas páginas dos principais jornais.  

Pouco se fala de Cristiano Ronaldo. Aqui o ídolo é Messi! A seleção favorita é a Argentina. Nada melhor do que sonhar com uma final entre Brasil e los hermanos. Neymar para os árabes é um moleque. Ele ainda precisa aprender muito pra se tornar um verdadeiro ídolo. Mas muita gente torce para nós. Até porque, já passamos pelo roll das favoritas. Estamos acima de todos. Somos a "seleção das seleções" como me disseram. 

Os times conhecidos do Brasil são: Flamengo, Corinthians, Grêmio, Inter, São Paulo e Santos. E o motivo deve ser óbvio: todos foram campeões mundiais. Alías, a dupla grenal até aparece de relance em um comercial de tv junto com São Paulo e Timão! Mas os times queridos por aqui são os europeus Barcelona, Real Madrid, Milan e Bayer. Pelé, Rivaldo, Romário, Bebeto e Ronaldo são os ídolos brazucas que o povo por aqui lembra - os mesmos que nós. 

Faltando pouco para o mundial, eu vou assistir de longe aos jogos. Vai ser a forma de matar a saudade da minha terra. Vou torcer pra Argélia, para Holanda e para França e ter a oportunidade de ver Porto Alegre, nem que seja pelo Beira Rio mesmo...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Museu de Dubai - Dubai Museum

Nada melhor do que conhecer a história de um local do que visitar um museu. Em Dubai foi idealizado no forte Al Fahidi, o Dubai Museum ou Museu de Dubai. Um pequeno museu que nos enche de informação!

O espaço está localizado na região histórica da cidade, pertinho dos souks, das ruelas movimentadas e da Dubai Creek e é o edifício mais antigo da cidade (construído no ano de 1787). O museu foi aberto em 1971 com o intuito de apresentar o modo de vida tradicional no Emirado de Dubai ao longo de sua história - de um pequeno vilarejo às margens do Golfo Pérsico até a construção da metrópole, graças a descoberta do petróleo.


O passeio pelo Dubai Museum custa 3 dirham - cerca de R$ 2,40 - e nos leva a ter conhecimento do cotidiano da região por meio de cenários muito bem construídos, de informativos e artefatos de descobertas recentes que remetem há mais 3000 a.C. 

Para quem gosta de museus, este é uma ótima pedida para quem está em Dubai e quer ver como a cidade se transformou tão rapidamente. 


Horário de Funcionamento:

Sábado a Quinta:  das 08:30h  às 20:30h
Sexta: das 14:30h  às 20:30h

Feriados:
Aberto normalmente