domingo, 18 de maio de 2014

Jerash - a mais romana das cidades do Oriente Médio

A primeira cidade turística que visitei na Jordânia foi Jerash. E a frase para descrevê-la é: De volta à Roma antiga! Jerash é a segunda cidade mais visitada do país perdendo, é claro, para Petra. Para quem ama história, como eu, é uma parte do território jordaniano obrigatório para se ir e contemplar mais de 2 mil anos de história. 


Jerash está localizada pertinho de Amã, cerca de 40 km, mais especificamente, ao norte. A moderna cidade de Jerash fica a leste das ruínas. A velha e a nova Jerash dividem a muralha construída a milhares de anos. As ruínas da cidade antiga ficaram escondidas por séculos até serem "descobertas" no início do século XX por Ulrich Jasper Seetzen. A partir daí, iniciou-se o período de escavação e restauração. Atualmente, é uma das dez cidades romanas mais bem preservadas do mundo e, como Amã,  seu relevo é totalmente montanhoso com temperaturas agradáveis durante quase todo o ano. A maioria destes monumentos foram construídos por doações de cidadãos ricos da cidade durante seu auge.

Suas ruínas contam muito da história da região. A cidade foi conquistada pelo General romano Pompeu em 63 a.C. E sua era de ouro foi durante o domínio romano, no qual era conhecida por Gerasa. Conta-se que após a conquista do Império Romano em 63 a.C., Jerash e terras arredores foram incorporadas pela província romana da Síria, e mais tarde se juntou as cidades que formaram a Decápolis (grupo de dez cidades na fronteira oriental do Império Romano na Judéia e Síria). Em 90 d.C., Jerash foi absorvida pela província romana da Arábia, que incluia a cidade de Filadélfia (atual Amã). Todavia, escavações recentes mostram que Jerash já foi habitada durante a Idade do Bronze ( 3200 a.C. - 1200 a.C.). No seu auge, Jerash chegou a ter cerca de 800 mil metros quadrados, uma grande cidade para os padrões da região.


O imperador Adriano visitou Jerash entre os anos 129-130 e em homenagem à visita foi construído um arco ao sul da cidade.  Em 614, os persas invadiram Jerash. E a partir daí iniciou-se seu declínio. No ano 749, um grande terremoto devastou grande parte de Jerash e seus arredores. Durante o período das Cruzadas, alguns dos monumentos foram transformadas em fortalezas, abarcando o Templo de Artemis. Pequenos assentamentos continuaram em Jerash até a invasão otomana. 


Andando pela cidade antiga, nota-se que todos os espaços estão bem informados através de placas que contam a história do monumento e da cidade (em três idiomas: inglês, latim e árabe). Entre os lugares para se visitar em Jerash incluo:

A coluna Corinthium,
Cardo Maximus,
Arco de Adriano ( já quase na entrada da cidade),
O circo / hipódromo,
Os dois grandes templos (dedicado a Zeus e Artemis),
O Fórum oval em perfeitas condições e é cercado por uma bela colunata,
A rua com colunatas,
Região onde estava localizada o comércio da cidade,  
Dois teatros (o Grande Teatro do Sul - no qual ocorre anualmente o Festival de Jerash e o Teatro do Norte, menor),
Dois banheiros tipicos - aqueles nos quais os romanos se banhavam em público,
Dois pequenos templos,
Um circuito quase completo de muralhas da cidade.
Uma catedral construída no século IV,
A igreja de Marianos,
Uma antiga sinagoga com mosaicos detalhados, abrangendo a história de Noé, foi localizado debaixo de uma das igrejas.


Durante o trajeto há rapazes vendendo água, refrigerante, chapéus, mascaras do V de Vingança ( que eu não entendi o motivo), flautas tradicionais árabes no valor de 1 dinar (um pouco mais de R$3,00 – óbvio que tive que comprar um de recordação) e cobrando para tirar foto dos turistas...Há, também,  guias em 7 idiomas, não incluso o nosso, a 35 dinares para levar os turistas por todo o trajeto. Jerash é incrível não somente pela arquitetura greco-romana, mas por se saber que o tempo a deixou escondida por séculos embaixo da areia. Dá para imaginar o quanto ainda está por ser desvendado nestas terras...

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